Tive um amigo que me escrevia pensamentos. Mais Do que isto, me descrevia suas imagens que brotavam da sua cabeça, preenchendo as madrugadas e meus emails com histórias mirabolantes. Ele dizia que tinha uma casa que sempre visitava no pensamento, a casa da varanda.
Nela viviam as pessoas que ele mais amou, ama e amará na vida. Nela havia festas intermináveis onde a varanda se esticava à medida que as pessoas se multiplicavam nela. Todas estas pessoas coexistiam em um tempo comum onde não havia horas, nem meses, nem anos... E quando ele me contava, eu tinha certeza de que ela existia sim, toda de madeira no estilo colonial e a uma quadra de distância do mar. Unidade de distância esta que ele inventou também.
Não me lembro direito da história, nem bem do amigo agora. Incrível como isto nos acontece depois de um tempo, ou pelo menos deste tempo que temos conhecimento. Mas me lembro desta proeza nata, deste desprendimento, desta possibilidade criativa contagiante e da sensação que a história causava em mim.
E por causa da casa da varanda dele, deste fragmento é que não acredito em tudo que o meu olho vê e que me parece real. Porque hoje, só me lembro da sensação, da única coisa que existe sem se importar com o que é ou não real.
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